uma província para outra, desfizeram a desigualdade a favor da sede baiana, que, daí por diante, ficou com a primazia ao norte do Brasil. Antes da mutação, o excepcional resultado da indústria açucareira nos deltas pernambucanos e paraibanos - confundidos pela ascendência de Olinda sobre os territórios vizinhos - era muito mais propício às populações daquelas capitanias que o intermitente e parco auxílio de Lisboa, avaramente dispensado aos presídios de além-mar. Aludem os primeiros governadores à absorção "in-loco" de grande parte dos rendimentos do Brasil, na defesa da terra e trabalhos preliminares, em que avultava em primeiro lugar a construção da capital baiana. Nessa altura, D. João III pouco ou nada podia fazer em benefício do mais belo florão de sua coroa, dependendo as suas finanças da especiaria de regiões longínquas, sem bastante apoio no solo português e na indústria de seus filhos. Na fase embrionária do Brasil, a ameaça dos repetidos ataques dos franceses e dos índios entibiava a vaga tentativa colonizadora, que, de Évora ou Almeirim, acompanhavam angustiados el-rei e o seu Conselho. Enquanto a colônia não pudesse, pelo seu próprio trabalho, remover os obstáculos que lhe emperravam a marcha, restava apenas a esperança de sobrevirem acidentes que golpeassem os adversários e dessem tempo às povoações litorâneas de se desenvolverem. Intervinha igualmente, para gáudio de S. A., a política revulsiva das nações poderosas, calculadamente protetoras das débeis, a fim de reter a expansão de rivais, o que valeu a Portugal consagrar-se ao comércio marítimo e conservar as suas colônias, a despeito dos esforços de competidores muito mais ricos e bem armados.
No tempo de D. Sebastião I, começou o Brasil a se revestir de aspecto diverso do que tivera no reinado