todo o azeite do mundo"(1) Nota do Autor. Já não se comprava o de oliva, "tão caro e tão pouco", para o candeeiro do lar, para a lanterna da oficina, para aclarar o caminho na treva das ruas perigosas: a fartura das baleias permitiu que a convivência noturna se prolongasse, que o trabalho das moendas não se interrompesse, que as lâmpadas escoltassem, nas saídas tardias, a gente vilareja. Foi um alívio e um socorro. Alimentou a candeia popular durante dous séculos.
HOLANDESES NA BAHIA
Falava-se, porém, de corsários holandeses.
É provável que o governador acorresse à Bahia para atender ao aviso del-rei (carta de 12 de dezembro de 1603), de que se aprestava em Holanda uma armada para investi-la.
Realmente, em 20 de julho (1604) apareceram sete naus e um patacho, do comando de Paulo van Caarden, com disposição de tomar a cidade após um bombardeio intermitente, de quarenta dias. Baldou-lhe o intento a constância de Diogo Botelho, "em pé, à borda do mar", tendo "com ímpeto e cólera" resistido aos conselhos dos moradores, por que subisse para a parte alta onde se defenderia melhor. Guarneceu a praia com a gente de que poude valer-se, e assim obstou ao desembarque do inimigo, que se limitou a saltear um ou outro engenho do recôncavo. Van Caarden quis impor-lhe uma composição, pela qual lhe entregasse um resgate. Respondeu enfático, que a praça "era uma das mais ricas do mundo", e viesse conquistá-la, se possível... O almirante desistiu então da empresa. Fez-se