História do Brasil T2: A formação, 1941

astúcia dos tapuias... Lembrou-se Soto Maior dos paulistas.

Divagavam Domingos Jorge Velho e seus companheiros - uns quatrocentos - pelos sertões do Piauí que tinham ajudado a descobrir. Haviam escrito a D. João de Souza, seu antecessor, a pedir se lhes permitisse apresar gentio inimigo. O governador negara, pois à palavra de inimigo atropelavam tribos dóceis e cometiam grandes crueldades. Agora convinha aproveitar-lhes o espírito bélico: "os roguei (escreveu Soto Maior em sete de novembro de 1685) para esta conquista dos Palmares, mandando-lhes patentes de conquistadores deles, e conservadores do Gentio daquele distrito adonde vivem, concedendo-lhes a mesma concessão das presas livres, e que extinguindo-me estes negros lhe prometia que V. Majestade lhe havia de fazer grandes honras e mercês..." A resposta demorou, em razão da epidemia da "bicha"; chegou em março de 87. Os paulistas (que entretanto tinham voltado a S. Vicente) aceitavam o encargo e "só queriam em remuneração da conquista dos negros que asseguram, lhe aceitasse alguns partidos com que acometiam... " Significava isto a concessão dos recursos precisos para a campanha e do quinto das presas, fora outros favores, estipulados no contrato que se lavrou em três de março.(1) Nota do Autor.

Apesar de bem ajustados, governador e sertanistas, o negócio carecia de aprovação régia, que tardou, e impacientemente pediu o sucessor de Soto-Maior, marquês de Montebelo, em cinco de setembro de 1692.

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