História do Brasil T2: A formação, 1941

e no México) não podia inspirar-lhe inovações nativistas - produzidas, no século seguinte, quando os discípulos daqueles portugueses conseguiram suplantar os mestres. Tiveram para isto a boa escola de algumas excelentes obras do período que estudamos, como a igreja dos Mercês no Pará, as de Olinda e Recife refeitas depois de 1654, a igreja do Colégio e a Sé, os conventos do Desterro, de Santa Tereza, de S. Bento da Bahia, o mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro (1694), o convento franciscano de Santos. Nos claustros, evidentemente, haveria lazeres e cultura espiritual favoráveis às vocações; de fato aí encontraremos os primeiros artistas nascidos no Brasil. Não são muitos os que passaram à posteridade. Assim, na Bahia, frei Agostinho de Santa Maria (1630), beneditino, hábil escultor; o padre Eusébio de Matos, que pintava bem; o entalhador frei Luiz de Jesus que, no começo do século imediato, enriqueceu o admirável convento de S. Francisco com as suas suntuosas grades de jacarandá, dignas das oficinas "barrocas" de Lisboa, frei Ricardo do Pilar (alemão, de Colônia) - que, por 1700, pintou os melhores painéis do mosteiro de S. Bento, do Rio de Janeiro. Antecedem à geração luso-brasileira que deixou a marca do seu gênio numa infinidade de templos setecentistas - período de autonomia sentimental e de audácias artísticas que corresponde, no século XVIII, à riqueza das Minas Gerais, à grandeza e pompa das cidades do litoral, ao enobrecimento da vida rural que associa piedosamente a capela de bom gosto e linhas elegantes ao sobrado patriarcal.

SÍNTESE DO SÉCULO 2.°

Em 1700 a definição geográfica e econômica do Brasil se completara. Ganhara a sua configuração no continente;

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