organização local. Nas províncias do extremo norte, a última instância era Lisboa, deixando de passar por tribunal mantido no centro da colônia. A administração que as interessava era a dos seus governadores. E esses dependiam muito mais do rei do que dos seus prepostos diretos, os governadores-gerais ou os vice-reis.
Houve, certamente, desde os primeiros anos, desde o alvorecer da nacionalidade, laços comuns a unir as diversas partes, separadas pelas infinitas distâncias, na escassez dos povoadores. Entre esses laços preponderavam a língua e a fé, que eram as mesmas. E o elemento colonizador trazia uma tradição de cooperação que ajudou, nos primeiros reveses, a busca de reforços para a expulsão do estrangeiro que rapinava a costa.
Nesse divórcio geográfico e político, o período da Regência apresenta uma situação de confusão aparente de tal forma que, para se distinguir alguma cousa nesse tumulto, é necessário buscar causas e motivos muito para trás, nos anos que precederam a independência, no período curto e fabuloso do Brasil reino quando um trono se instalou no Rio de Janeiro, deslocando para a terra brasileira a situação de metrópole de fato.
Na transferência da corte portuguesa houve, mais do que uma mutação política, uma subversão econômica