– e ponha-se em relevo, – que os motins, as inconfidências, as revoluções que sacudiram a colônia, foram uniformes quase no sentido de levar autonomia até à república. Ora, tal uniformidade, numa terra extensa e sem o contato das populações diversas, indica que as forças nacionais atiravam-se em direções paralelas e do mesmo sentido, embora não se conjugassem, quer no tempo, quer no espaço.
A vinda da corte portuguesa, nas circunstâncias em que se deu, oferecia uma solução eventual que teria, como consequência, uma certa pausa no desenvolvimento do processo de autonomia. Suprimindo-se a metrópole, por força dos acontecimentos, e tornada metrópole a capital da colônia, isso ultimava, com a surpresa do lance, uma parte dos anseios brasileiros. Para acalentá-los, na superfície das cousas e nas suas aparências, havia ainda o emprego das rendas públicas em obras de caráter nacional, nos primeiros tempos do reino brasileiro, quando Portugal estava ainda sob o domínio francês. Surge a imprensa régia. Cria-se o Banco do Brasil. Abrem-se os portos.
Nada relaxa mais o ímpeto duma ideologia que as soluções parciais. Suspensa nesse brusco paliativo, a Independência ficava transferida.
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Quando o colapso napoleônico muda a face da Europa, e a Restauração repõe no trono francês os monarcas de direito divino, Portugal força o seu rei ao regresso. Não já para a continuação do absolutismo, mas para o juramento duma carta política. Na iminência de deixar a colônia, a que ele dera a ilusão da autonomia, – posto o problema no dispositivo anterior,