Panorama do Segundo Império

manter em suas mãos todas as forças que se desencontravam no tumulto em que estava o Brasil.

A situação financeira era a pior possível. Ela vinha de trás. Atingia a todos. Os 500 côvados de mandioca que eram obrigados a plantar, por escravo, à espera da época para a venda do fumo, exasperava os senhores da terra. À retenção de parte da safra baiana de açúcar, ocasionada pela falta de transporte, transtornava a lavoura (6) Nota do Autor. Os menos favorecidos da fortuna sofriam as consequências dos monopólios. O custo dos gêneros subia. Cairu havia de estigmatizar essa obstrução dos "canais honestos de adquirirem os pobres a sua subsistência".

A crise financeira era agravada pela luta no sul. A circulação fraudulenta do cobre, as constantes emissões de papel-moeda, causavam uma tremenda depreciação do meio circulante nacional. O descrédito cobria os negócios públicos. As consequências eram fáceis de prever: o déficit, a emissão sem lastro, a liquidação do Banco do Brasil (7) Nota do Autor. O câmbio descera a 20½, duma paridade que se fixara em 67½ (8) Nota do Autor. O cobre e o papel-moeda haviam inundado o país, desaparecendo da circulação o ouro e a prata (9) Nota do Autor. O poder aquisitivo da população havia descido assustadoramente. A própria tropa exigia os vencimentos em metal, desde que o "papel-moeda estava sofrendo o rebate de 25%" (10) Nota do Autor. As consequências de tal situação se prolongariam

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