conhecimentos, numa atitude imitativa que ficou sendo um dos defeitos das reformas de qualquer ordem a que temos assistido e que nos trouxeram, por vezes, deformações e prejuízos incalculáveis.
A marcha da ideia abolicionista, que o império não soube contornar ou dirigir ou atalhar, chegando na fase de declínio, precipitou a desagregação pelo vírus novo que trouxe de solução pelos apelos ao sentimento da nossa gente, a princípios de natureza inteiramente estranha às necessidades do país, para o qual, na época, o trabalho servil era um mal necessário, por assim dizer, indispensável em alguns pontos, apesar de perfeitamente supérfluo em outros. Nas regiões em que ele era supérfluo, a intervenção do centro não se fez sentir, nem era necessária, uma vez que, Ceará e Amazonas, por exemplo, aboliram o trabalho do elemento servil, sem que fosse preciso uma lei geral a comandar tal gesto. Nas partes, entretanto, em que tal gênero de mão de obra era mais do que necessário, porque era vital e imprescindível, o império cometeu o tremendo erro de legislar subitamente, dando um golpe que, arruinando parte da lavoura, alienou-lhe o apoio e as simpatias dum dos mais sólidos e mais estáveis agrupamentos humanos da população brasileira, a gente da província do Rio de Janeiro.
Metendo a cunha abolicionista na brecha que lhe deixavam os partidos rotativos do império, a elite dos letrados, já infiltrada nesses partidos, encontrou uma arma de primeira ordem em cujo uso não teve meias medidas e que foi, talvez, o elemento de maior valia de que dispuseram, na luta pela conquista da direção dos órgãos superiores da nacionalidade. O escravo, que servira por anos e por séculos ao Brasil, ajudando-o a