Panorama do Segundo Império

de suas províncias. Para adquirir prestígio. Para fazer merecimento. Ou para realizar eleições, a ferro e fogo, esmagando oposições teimosas, a mando dos homens do centro. Nortistas incompatibilizados com a política da província de nascimento destinavam-se ao governo de províncias do centro ou do sul. Como prepostos da vontade do chefe do gabinete ou responsáveis pelo domínio local do partido que os havia indicado, não podiam e não deviam afastar-se duma linha de conduta severamente imposta pelo centro. Não havia limite de tempo para tais administrações nem, na maior parte das vezes, é bem de ver, interesse pela terra a governar. Sem fundamentos locais, sem apoio no terreno de suas atividades, vivendo da força que o centro lhes emprestava, que podiam fazer esses governadores de nomeação, que transformavam as governanças provinciais em degrau para novas conquistas e lauréis mais positivos?

As etapas sucessivas, no entrelaçamento das causas complexas, marcavam um ritmo cada vez mais acelerado. O império se desfazia, pouco a pouco, num processo de desagregação por vezes claríssimo, silencioso, opaco, obscuro, por vezes.

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