à condição de "capitão-mor da província do Rio de Janeiro".
O fim do segundo império oferece um quadro semelhante. O predomínio do regime sobre as províncias afastadas, esse predomínio a respeito do qual ele não quisera ceder uma parcela, era uma fissão, era uma falsidade, era um mito. Na realidade, o segundo impelia na fase derradeira, governa com a província do Rio de Janeiro. Pela segunda vez a tradicional gente fluminense seria o último baluarte, a última "equipe", o agrupamento da undécima hora, a velar por alguma coisa que realmente já não existia, abandonada pelas forças que a haviam sustentado e enfraquecida pelos próprios desmandos e pelos próprios erros.
É esse suporte último que o golpe de treze de maio vai sacrificar. É a última das suas forças que o império aliena, com a transigência ante a onda que se avoluma e que cresce. Sacrificado esse amparo decisivo, nada mais lhe resta senão esperar o instante da derrocada. De treze de maio de 88 a quinze de novembro de 89 o regime semelha esses doentes que, em agonia lenta, vão morrendo aos poucos, contra cujo aniquilamento a vida já nada pode fazer, e cujo colapso final é aguardado para qualquer hora, como a sanção dum fato positivo, a frialdade da morte que já se avizinhou e que já tomou posse e que não recuará mais, numa fatalidade exasperada.
Isso não provoca a revolta, entretanto, dos partidos e dos interesses que ele devia contar como fieis às instituições. Porque esses interesses se conservavam estritamente conformados e alheios, como se lhes não dissesse respeito à saúde e à vitalidade daquele organismo empobrecido e anemiado.