Os republicanos possuem, entretanto, uma acuidade notável para o conhecimentos das linhas de menor resistência dessa frente maciça que se lhes apresenta inicialmente. Até a guerra do Paraguai o segundo império tivera o ramo ascendente da curva do seu desenvolvimento. Tudo nele era força e vitalidade. Era o desdobramento do vasto plano da progressiva e surpreendente centralização, que foi conseguindo a pouco e pouco, mas como uma segurança que revela a firmeza dos seus propósitos e que é a característica mais notável e mais vigorosa da sua existência política. A luta externa, entretanto, marca o início do outro ramo da curva, o descendente. As forças que se haviam integrado, por partes, iniciam a longa diferenciação. Começam os sintomas de anemia. Muito vagos, muito imprecisos. Mas já denunciadores da atrofia que vai sobrevir e contra a qual não haverá remédio nem solução.
Ora, é no fim da guerra, no ponto crítico em que a curva inflecte para baixo, que o agrupamento republicano, uma minoria insignificante de letrados das cidades, lança o documento mais sério da existência partidária deles; uma das análises mais lúcidas do panorama brasileiro do tempo – muito mais do que manifesto de partido, uma descrição quase sempre justa da realidade brasileira da época.
O manifesto republicano de 70 é um documento de análise política como não foi ainda escrito outro durante as nossas campanhas em torno da cousa pública. Afora a apreciação em torno do bem e do mal, coisa de ponto de vista, – tudo nele está sólido e firme, tudo deriva da realidade, tudo promana de bases seguras e inelutáveis. Tal documento não é uma autópsia, nem mesmo o delineamento duma diretriz partidária. É muito mais do que isso: uma sondagem em profundidade