do estado político e social e econômico da nacionalidade, sondagem em que havia amargor e revide, mas onde a verdade se encontrava em todas as suas minúcias e onde o diagnóstico era preciso e imutável.
Assinavam tal manifesto, lançado ao país, alguns nomes dos mais representativos, algumas figuras das de maior realce no mundo político da época. Todos concordavam em que os males eram profundos e da essência mesma do regime. Que, para curá-los ou atenuá-los era necessária uma reforma de instituições, de fundo e de forma, que impunha a ruína do edifício monárquico e a adoção da forma republicana, única capaz de comportar, no seu bojo, as medidas acauteladoras da nova ordem e dum novo regime, destinado, em princípio, a voltar-se contra tudo aquilo que estava errado.
De início, é notável apontar que, longe de impor diretrizes, o manifesto tirava forças da fraqueza imperial, tirava dogmas da falência de outros dogmas, tirava princípios dando sinal contrário aos que até aí vinham sendo vigentes e que haviam demonstrado a insuficiência ou a fraqueza para a solução dos problemas nacionais. E aparecia num momento em que o regime vigente entrava na longa desagregação que se prolongaria por cinco lustros.
Isso fixa decisivamente a posição dos republicanos diante do regime que pretendiam, antes que destruir, substituir. Eram os sucessores legais do espólio imperial e como tais atravessaram os tempos, até o momento da posse definitiva, através dum caminho mais ou menos tortuoso e cheio de contrastes, em que quase lhes escapa a finalidade precípua, a tomada da direção, para ir parar ao agrupamento novo, saído das guerras sulinas, o militar.