Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

proprietário ocupava-se em estender suas redes para secar e informou-me que o peixe era muito abundante nessa costa, ele possuía algumas vacas de que provei o leite, achando-o quase sem sabor, muito diferente do leite natado dos Campos Gerais. As plantas mais comuns nessa praia são uma calcerácea, uma convolvulácea, duas ciperáceas e uma apocinácea e os feijões-da-praia (Sophora litoralis), tão abundantes no litoral do Rio de Janeiro.

Passando a barra do Araquari, vi as três ilhas denominadas dos Remédios, situadas defronte e a pouca distância da extremidade meridional da ilha de S. Francisco. Segundo informação colhida no local, chamam-nas dos Remédios, porque em caso de necessidade servem de abrigo às embarcações que não possam transpor a barra do canal. Ainda que pequenas, elas possuem água potável e as suas terras são cultiváveis; e se ninguém ali se estabeleceu até o presente (1820), é porque, como me asseguraram, os que se aventurassem a habitá-las, ficariam constantemente privados, pelos ventos contrários, de comunicar-se com a terra firme. Mais além, ficam duas outras ilhas menores chamadas ilha dos Lobos e ilha da Tapetinga (do guar. tapetyga, caminho branco). Avistam-se ainda da praia quatro ilhotas denominadas dos Tamboretes (5)Nota do Autor,