Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

residência do capelão e o alojamento dos empregados haviam sido edificados em terreno mais elevado e revestido de grama, junto de um morro.

Da casa do administrador descortinava-se um magnífico panorama. Dali não se via a entrada da enseada; a praia da Piçarra parecia fechá-la. Dir-se-ia estar-se à margem de um grande tanque semicircular cercado de montanhas e florestas. Afastados do litoral elevavam-se outros morros, dentre os quais se distinguia o do Baú, cuja sumidade, pontiaguda e inclinada, servia de ponto de referência aos navegantes.

A primeira das construções acima aludidas, e que ficava situada à beira-mar, destinava-se ao alojamento dos homens empregados na pesca. Nas ocasiões propícias eles ali se instalavam com suas mulheres, encontrando um agradável refrigerante nas laranjas que havia em abundância nos arredores do estabelecimento.

A esse edifício seguia-se outro com noventa e um passos de comprimento, denominado engenho de frigir, onde se fabricava o azeite. Existiam ali nove caldeiras com as respectivas fornalhas. Antes, o seu número era maior; mas, ao tempo de minha viagem, bastavam aquelas para a pesca que então se fazia. As caldeiras, em forma de calota hemisférica, mediam cerca de 15 1/2 pés ingleses