Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

Não só em S. Francisco como em toda a costa, a partir de Paranaguá para o norte, os homens de classe inferior usavam cabelo cortado a escovinha, deixando uma porção crescida sobre a testa e outra atrás da cabeça, moda, aliás, que nada tinha de atraente.

O clima de todo o distrito de S. Francisco é pesca fornece-lhes alimentação segura e desde que mais saudável que o de Paranaguá, devido ao terreno ser mais elevado e menos paludoso, não se encontrando também nessa região tantos indivíduos empalamados e languescentes como no litoral da comarca de Curitiba. Entretanto, é impossível não reconhecer-se na magrez e nas faces encovadas dessa gente, que a sua alimentação, como a dos habitantes de Paranaguá, é pouco nutritiva. Presentemente (1820), existem poucas vacas e criam-se alguns porcos e aves domésticas no distrito. Os lavradores, pondo fogo ao mato e fazendo pastos em torno de suas casas, podiam criar vacas, ter leite e fabricar queijos; em vez de fazer pequenas plantações de cará (Dioscorea alata), aipim (Maniot aipi, Pohl) e batatas (Convolvulus Batatas), deviam tornar mais intensivas essas culturas e acrescentar-lhes a do inhame (Caladium esculentum), que lhes é desconhecido e com o qual lhes seria fácil engordar porcos e galinhas.