Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

As serenatas ao violão e outras estudantadas noturnas, além do jogo e dos passeios ao Recife, não bastavam para encher a noite longa.

Surgiram dessa maneira originais e divertidas funções de teatro, em que os acadêmicos se dividiam os papéis.

Reportando-se a esse tempo, Carvalho de Moreira alinhavou, para a biografia de um antigo companheiro de Academia e representação teatral, algumas notas cheias da maior realidade:

"Sem nenhuma distração intramuros, em uma cidade habitada por mais de quinhentos estudantes, essa mocidade sentia a necessidade de um recreio... Num velho pardieiro chamado teatro organizamos mais de uma vez representações com uma companhia improvisada."

Figurava às vezes de ator dramático justamente um dos futuros estadistas do Império mais serenos, o Conselheiro Nabuco de Araujo:

"No Desertor francês, drama muito apreciado naqueles tempos, Nabuco representava o major Francal. Tendo de presidir ao conselho de guerra e lutando fortemente entre a afeição e o dever, chegou ele a derramar lágrimas, inteiramente possuído do papel que representava.

Era dessa cena que todos admiravam no trágico da ocasião que eu algumas vezes lhe falava com saudosa recordação de nossa mocidade. Eheu! fugaces labuntur anni, me respondia ele."

Muito distante da Academia, lá nos confins da cidade, se achava a biblioteca de Olinda, instalada no convento dos franciscanos.

Não havia compensação para a caminhada e os acadêmicos não frequentavam essa biblioteca, em que faltavam os livros necessários e mesmos os indispensáveis ao curso.

O que se chamava biblioteca da academia vinha a ser o resto da antiga livraria da Congregação dos Manigrepos e do próprio convento dos franciscanos.

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