Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

quanto ao direct charge: foi preciso ceder nesse ponto para obter alguma cousa noutros.

"Fiz um relatório oficial muito sucinto e escrevi uma longa carta confidencial ao Presidente com todas as particularidades e em dois ou tres pontos, achei ocasião de estabelecer algumas premissas cujas consequências serão tiradas mais tarde. Levarei a V. Ex. estas duas peças."(*) Nota do Autor

A correspondência de Eduardo Prado, irmão do Conselheiro Antônio Prado, é abundante nessa ocasião.

São trocas constantes de bilhetinhos e telegramas. O mesmo assunto: o empréstimo para a província de São Paulo.

Chegado março de 1889, portanto, a fruta está madura e o "seu" Penedo pode ser mandado para Paris. Dão-lhe essa Meca dos prazeres, para que ninguém fale em perseguição...

A verdade, incômoda, porém, sempre aparece. Mesmo sem ser chamada.

Em carta datada de Londres, 9 de março de 1889, Penedo desabafa com um amigo de São Paulo:

"Agradeço-te cordialmente, meu caro amigo, a parte que V. toma neste inesperado incidente, obra de um caipira brutal, de quem foi cúmplice um primeiro ministro, receioso da influência dele e que escolheu para instrumento um evadido que soube grangear-lhe a confiança.

O que me conta nestas cartas como explicação desse ato, é pouco mais ou menos o que de lá me dizem vários outros amigos. O nosso sempre chorado Cotegipe(**)Nota do Autor assim também me escreveu (carta que recebi dois dias depois de sua morte). Nem um desses correspondentes me deu os pormenores que V. me referiu.

Falando da sapa, que de longa data tem feito contra mim o Azevedo Castro e Fernandes Pinheiro, inimigos gratuitos, mas verdadeiros charlatães, diz-me V. que foi essa obra coroada

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