A 7 de junho de 1889 subia ao poder o último Ministério da Monarquia, chefiado pelo Visconde de Ouro Preto.
Para o Visconde, Penedo estava longe de ser um desconhecido ou mesmo um Diplomata vulgar, comum entre os tantos tabelados no orçamento da Secretaria de Estrangeiros.
A 10 de agosto, Ouro Preto a ele se dirigia, indagando-lhe da saúde e sabendo as impressões do novo posto. Afonso Celso conhecia o zelo do antigo Ministro em Londres, que lhe mandara um relato minucioso sobre a falência de Mauá e suas transações com o Tesouro, havia dez anos, quando na pasta da Fazenda.
Respondendo-lhe a 5 de setembro, Penedo frisava as circunstâncias insólitas de sua brusca remoção.
"O interesse que V. Ex. toma, - dizia a Ouro Preto, pelo meu bem estar na minha residência nesta Capital é ainda uma fineza que lhe devo.
De certo Paris não é um exílio. Conheço-o de longa data, já aqui estive em Missão Especial no tempo do Império, e como residência é sempre agradavel.
Não podia, porém, esperar que, depois de 37 anos na carreira diplomática e de 28 na Missão de Londres, fosse dali transferido sem o pedir, nem ser consultado, e sem ter havido entre mim e o Governo, por nenhuma das Pastas, questão ou desacordo de qualidade alguma".
Era o canto do cisne. Mais dois meses e ele abandonaria definitivamente a carreira diplomática.
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Tobias Barreto, no seu famoso Discurso em mangas de camisa, observou com a penetração do sociólogo:
"Entre nós, o que ha de organizado, é o Estado não é a Nação; é o governo... não é o povo, o qual permanece amórfo e dissolvido, sem outro liame entre si, a não ser a