Fàcilmente, pois, compreenderá V. Exa. ser-me absolutamente impossível aceder a expectativa do Govêrno Provisório, enunciada de modo tão benévolo por V. Exa. o que muito lhe agradeço.
Sou com todo respeito
De V. Exa.
Ato. obr.º e crdo.
BARÃO DO PENEDO."
***
Por certo que surpreendeu os adeptos fervorosos e extremados do novo Regime tanta dedicação a um velho deportado, que já não dispunha das nomeações para cargos públicos...
Penedo mantinha-se fiel e jogava em face de Deodoro, seu coestaduano, o lugar de Ministro do Brasil em Paris.
"Ha quase quarenta anos, tenho tido a honra de representar o Brasil na América e na Europa como Ministro do Imperador" e nessa qualidade empenhava-se por findar a sua carreira.
Como conciliar o seu carater com os adesistas? Frisava bem "a dedicação profunda que sempre tributei ao meu Venerável Monarca, a quem sou devedor de amizade e gratidão".
E pisava nos calos dos que sabiam somente ser amigos na hora da fortuna sorridente:
"Estes sentimentos para com Ele, hoje desentronizado, são ainda, se é possivel, para mim mais respeitaveis; e tornam-me incompativel com o novo estado de cousas."
Não abjurava suas convicções. Declarava não mais querer servir. Nada queria com a República, ele que tudo recebera da Monarquia, do seu Imperador, cuja imagem para ele se confundia com a figura do próprio Brasil...
Deodoro assina então o decreto de sua demissão.