Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

Nem o fac-totum do Governo Provisório, a futura "águia de Haia" conseguira demover o velho Diplomata do Império. Estava ele rígido como o rochedo, diante da tentação das vagas do mar...

Dizia o telegrama de Rui Barbosa: "o Govêrno Provisório espera o concurso ativo do seu patriotismo, experiência e consideração na Europa".

Que dele nada esperasse o Governo Provisório da República.

Nomearam-lhe então sucessor a Itajubá, seu inimigo de sempre e competidor de glórias diplomáticas.

O "Kágado Itajubá", mau grado ter recebido a distinção pessoal do Imperador de representá-lo na questão do Alabama, prestava-se a tudo. Obedecia ao poder cordeiramente.

O Times, de 6 de dezembro de 1889, já publicava um despacho mandado publicar pela Legação da República: "Penedo demitido, e riscado do quadro do Corpo Diplomático, por sua atitude hostil à República Brasileira, e prejudicial aos interesses do Estado. Itajubá nomeado. Rui Barbosa".

Penedo dirige então ao Vice-Chefe do Governo Provisório, uma carta violentíssima, em data de 14 de dezembro do mesmo ano:

"Nem V. Ex. nem ninguem no Brasil, poderá mostrar em que foram por mim prejudicados os interesses do Estado.

Só por essa fórmula vaga, a justiça devida a um antigo servidor do Estado não poderá compreender que, tendo-lhe pedido o próprio Governo Provisório o concurso ativo do seu patriotismo, experiência e consideração na Europa, o julgasse de repente, dentro em pouco dias, prejudicial ao Estado, a ponto de ser demitido por telégrafo em termos desusados e ofensivos a esse mesmo funcionário."

E frisava o desencontro das ordens emanadas do Governo Provisório:

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