Um diplomata brasileiro na corte de Inglaterra: o Barão de Penedo e sua época

Byronizar fora um vício confessado de José de Alencar, rabiscando nas paredes das casas onde residia, versos e composições sugeridas pela loucura genial do lord inglês. Daquele Lord que, apesar de capenga, fazia escândalo com a perfeição de seus poemas...

A vivacidade de Otaviano animava a palestra com o mesmo brilho que distinguia o folhetinista, o homem do rodapé do Correio Mercantil, de olhos sempre abertos a espreitar casos amorosos. A propósito de um diplomata recém-chegado da Europa, escrevia ele em carta de 18 de agosto de 1847 ao seu confidente Arêas: "o Howden (de Inglaterra) é um fidalgo rico que trouxe uma espanhola das que sonhamos, porém, que a encafuou num arrabalde da cidade, em uma chácara para que não a cobicem".

Farfalhar de saias, recordação de aromas femininos inebriavam o grupo moço, sacudido de quando em vez pelo chiste de pequenos episódios.

Carvalho Moreira confessava a sua preferência em perfumes. "Nada como as essências de violetas", pensava ele.

A nota de seriedade, quase que de austeridade, vinha de Sinimbú. Formado em Iena, trouxera da universidade alemã o hábito de em tudo ventilar os aspectos graves, vendo e rebuscando soluções de problemas complicados. Por vezes o resultado surpreendia, fazer a imigração dos chins para estancar a escravidão negra...

Wanderley era o baiano janota que integrava esse quadro vivo. Sempre enluvado, com certo estudo nos gestos, conversador alegre, o futuro Cotegipe interessava logo à primeira vista.

Do seu êxito junto às damas, em quem variadamente buscava a "mulher" sem nunca achar, como verdadeiro D. Juan, lhe proveio o consagrado apelido poético de "borboleta-mor do Império".

Correm a seu respeito numerosas historietas. Uma destas, contada por Wanderley nos corredores do Paço, se tinha passado com uma mulata, bonita de chamar a atenção.

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