respeito à prática da extração do ouro, cuja inteligência depende da confrontação das estampas, que ora tenho mal desenhadas, e não cabendo no curto tempo desta sessão a lição de toda a teoria, que de necessidade deve compreender mui extensos objetos, me resolvi a ler, por ora, os artigos que não parecem ter estas relações, dando apenas uma idéia geral dos outros, e reservando para as sessões particulares a lição de toda a memoria.
INTRODUÇÃO
Pretender que as minas do Brasil não têem absolutamente utilisado a Portugal, é sustentar um paradoxo que não deixa de ter prevalecido entre muitos políticos, que não consideraram os diferentes Estados desta Monarquia. Os portugueses, saldos do seu primeiro estado de parcimonla, estenderam a monarquia por um espirito guerreiro, superior às suas fôrças, em todas as partes do mundo, até então conhecidas, sem excetuar a America, cujo descobrimento foi campo vasto a seus talentos guerreiro e conquistador.
Possuiam os portugueses então uma porção considerável da Asia - faziam todo o comércio das suas produções com a Europa: esta a origem da sua riqueza e do luxo - males que eles não haviam sentido, quando contentes com o pouco que possuiam, cultivavam o seu terreno, e dele se mantinham: estado sem dúvida, o mais perfeito desta nação.
Assim ricos e corrompidos pelo luxo; companheiro necessário da riqueza, figuraram em Europa - perderam porém o manancial de suas riquezas, que era o comércio da Asia. Com a perca das conquistas que aí possuiam, ficaram com o luxo, mas sem riqueza: eis aqui o princípio da ruína, se lhe não obstasse as minas então descobertas. Se êles não tinham nêsse tempo com que compensar o muito que gastavam, porque a nação arruinada com guerras e conquistas havia perdido a pouca agricultura e industria que então havia, tinham porém a mercancia universal que tudo representava e que as minas copiosamente lhes ofereciam.
Contentes com este estado, que eu não sustentarei ser o melhor, continuaram no mesmo sistema de economia, até