Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocadio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga!...
Esse calendário, era uma invocação.
Acentuava o caráter "fidelíssimo" da progênie dos mais católicos reis do ocidente.
D. Pedro I teve uma arte própria em nomear os filhos. A mais velha, lembrava-lhe a Virgem de sua devoção: Nossa Senhora da Gloria, lá no outeiro, dominando, com o campanário aldeão, a Guanabara. D. João Carlos unira os nomes dos avós: João VI, Carlos IV, os dous gordos e moles soberanos, com quem morrera o absolutismo. D. Januaria evocava a província do Rio de Janeiro; D. Paula Mariana, São Paulo e Minas... Agora, D. Pedro, era ele mesmo: o 2°.
A 2 de Janeiro, foi a consagração à Senhora da Gloria. A Imperatriz prosternou-se diante daquele santuário predileto, oferecendo à misericórdia de Deus o destino do filho. E já no dia 31 se separava dele, para acompanhar à Bahia o marido, numa ufana viagem política que, entretanto, lhe prolongava o calvário doméstico. A bordo ia a favorita poderosa e arrogante, a marquesa de Santos...
D. Mariana de Verna ficava com a criança. Desde um mês antes do nascimento dela, destacara-a o Imperador para sua aia. Era uma ilustre e piedosa senhora, conhecida por exemplares virtudes e invulgar ilustração, de 46 anos de idade, portuguesa e viúva, do grupo das damas emigradas com a família reinante, em 1808. A ama de leite era uma robusta colona suíça, Maria Catarina Equey, jovem de 25 anos, sadia e mansa como devem ser as nutrizes dos príncipes. Secundava-as a mucama preta, em cujos braços de ébano Debret retratou D. Pedro II, em 1827.