lado da América: mas sempre falara. Metternich não acreditava no reequilíbrio, na volta do Brasil à estabilidade anterior. O seu tempo, aliás, passara também. As monarquias constitucionais brotavam, da sementeira de julho. As hospedarias do centro da Europa poderiam anunciar bons quartos, para os príncipes exilados: a freguesia da moda. E se caíra Carlos X com os seus marechais, como poderia sustentar-se uma indefesa criança, amparada pela Dadama?
A revolução brasileira não destronou Pedro II: fez melhor. Esqueceu-o.
É outra forma de banir reis. Finge-se que não vivem.
Só se apercebiam dele os escriturários lavrando preguiçosamente os decretos: "A Regência em nome de Sua Majestade o Imperador..." Este, suspendia-se às saias de D. Mariana de Verna - letrada como um acadêmico - ou da condessa de Itapagipe - austera como um bispo - suplicando que não o largassem, porque tinha medo, dos barulhos noturnos que tamborilavam, assobiavam, retiniam na tenebrosa vastidão da Quinta...
A primeira pessoa do Império era também a mais infeliz: quantas vezes, arriscando um olhar curioso para fora do alto portão do parque, não invejou a selvagem independência dos meninos pobres de sua idade, que se rebolavam, como pequenos potros bravos, no gramado verde feito para rolarem crianças e saltitarem pássaros!