III
DRAMA OBSCURO
O primeiro, o segundo ano de orfandade política não lhe deixaram vestígio na memória.
Queriam, os de casa, restaurar o trono de Pedro I, e os do governo, considerando o antigo imperador inimigo comum, tudo fariam para impedir-lhe a volta.
O maior sacrificado fora então o tutor, José Bonifácio.
Intencionalmente, confiara o soberano ao velho paulista a sorte do filho.
Estimara-o em 1822, como ao principal cidadão do Brasil, e honrara-lhe os serviços, nomeando-o condestável da monarquia acéfala. Pois ele ajudara a fazer a Independência; que a completasse, assegurando ao segundo o poder que dera ao primeiro Pedro, em nome da sociedade conservadora, na pátria adolescente!
Mas José Bonifácio não era o mesmo homem, nem os tempos se pareciam - a época da Regência nativista com a da fundação do Império - quando dissera dele o almirante Roussin: "II n'éxiste peut-être pas au monde de plus fougueux petit vîeillard..."