O rei filósofo: vida de D. Pedro II

Academia Francesa, onde muito me agradou o discurso do "prix de vertu" pelo Cherbuliez".

E numa ânsia de notícias:

"Adeus! Fale-me de tudo".

Gostava também de andar a pé. Motta Maia ia-lhe ao lado. Os transeuntes tiravam com respeito o chapéu; e o Imperador cumprimentava, com um leve sorriso. Conheciam-no. Não havia em Paris barbas mais veneráveis, realçando, sobre a larga gravata preta, o luto pesado em que persistia, a estatura imponente, apenas estremecendo, no ritmo da marcha, pela acentuada debilidade das pernas, que já lhe faltavam... Uma feita, certa família americana o saudou; e o menino, que dava ao pai a pequenina mão, perguntou, com supersticiosa admiração: - Quem é esse velho tão respeitável? - Respondeu-lhe: - D. Pedro, Imperador do Brasil. - A criança reteria sempre, nas pupilas claras, a imagem austera: chamava-se Franklin Roosevelt, e, como Presidente dos Estados Unidos, no Congresso brasileiro que visitou, começaria o seu discurso sobre a paz da América narrando essa impressão inolvidável... - Não deixaria Paris, senão forçado, pelo inverno inclemente.

Debalde Motta Maia e os condes d'Eu faziam-lhe ver a necessidade de partir, para as praias meridionais. - Mais tarde... Há o Instituto... Depois, foram notícias alarmantes do Brasil.

A revolução fora mais profunda do que imaginava. Antes de ser das armas - em choque - era dos espíritos - perplexos... No princípio, todos tinham pensado como Saraiva, que justificava a adesão ao novo regímen dizendo, paternalmente: "É preciso guiar os meninos..." Não tinham experiência! Mas, de fato, não caíra somente o trono. Desabara uma época. Havia pressa em sepultar-se um século. O positivismo

O rei filósofo: vida de D. Pedro II  - Página 465 - Thumb Visualização
Formato
Texto