Abria-se o período das combinações: o Senado com a Câmara, para a reforma constitucional, que descentralizou o governo; restauradores e liberais desgostosos, para a organização de um partido de centro, entre as alas exaltadas, mais forte do que elas; velhos e novos, para a resistência às forças que desmanchavam a pátria...
Sim, desmanchavam-na.
A unidade política mal sobre-existia. Estalava, pelas junturas, o esqueleto frouxo do Império. As províncias desagregavam-se. Insurgiam-se, em nome da liberdade, que tinham aprendido dos paladinos da Regência, contra esta, que usara, contra elas, os mesmos processos violentos ou espertos, do reinado extinto. O Rio Grande do Sul levantara-se. O Pará banhara-se em sangue. Cada capital de província era um paiol com fogo dentro. Aquilo explodia. As sociedades secretas rastilhavam, mistas de republicanas e anárquicas, brasileiras e internacionais, humanitárias e especulativas, o incêndio que se não circunscrevia ao Brasil, porém despertava, em todo o continente, flamejava na Itália e na Espanha, abafava-se em França e Prússia, numa época de universal conspiração. Os ingleses fitavam com os cintilantes olhos azuis, detrás do seu comércio, a separação das províncias, prontos para tratar com os governichos independentes... Destacava-se, nesse confuso panorama de ódios políticos, a figura pensativa de Diogo Antônio Feijó.
Fora regente, esse padre jacobino, por imposição dos revolucionários de 7 de abril, dos retintos, dos intransigentes, contra o candidato dos moderados, dos apaziguadores, Pedro de Araujo Lima, da aristocracia do norte. Estavam ali ambos os polos da situação. O