sacerdote pobre e intempestivo de Itu era o liberalismo de uma classe letrada e descontente, que substituía os bens terrenos, que não possuía, pelas ideias audazes; o pernambucano representava a nobreza rural, dos engenhos de açúcar, da disciplina social, firmada no trabalho escravo, com escudo d'armas à porta do solar antigo... Feijó, eclesiástico, combatia a Igreja; voluntarioso, encarnou o Estado; duro e casmurro, simbolizava a ordem sem titubeios. Era homem de fazer-se sepultar debaixo dos escombros do Império sem lhe prevenir a queda, nem arredar dali. Precisava-se de quem esteasse a casa trêmula, e elegeram Sansão!
A monarquia morrer-lhe-ia nas mãos, se antes não o pusessem fora.
Abominara Pedro I; não acreditava em Pedro II.
Era da massa dos Francias, capaz de fundar uma ditadura virtuosa, rousseauniana, patriarcal, de contorno bíblico sugestionado pela sua própria vida de privações heroicas. Esse Luthero tropical carecia de conselheiros: quando Evaristo da Veiga fechou os olhos, ele se desorientou, perdeu a paciência, e demitiu-se.
O Imperador não discernia bem o que se passava junto dele.
O tutor, Dadama e os professores separavam-no daqueles ruídos lamentáveis, acomodavam em torno de seus movimentos medidos e tristes, um ambiente claustral.
Levantava-se às sete horas. O almoço, às oito, tinha a rigorosa fiscalização do médico. Estudava, de nove às 11 e meia. Ficava com hora e meia para esperar o jantar, às duas, com o médico ao lado, o camarista e a camareira-mor, que, dizia o Regulamento, podiam conversar, porém "sobre objetos científicos ou de beneficência". História natural, a sorte dos deserdados, pássaros e