cidade, a da Torre e a do Mestre de Campos Antônio Guedes de Brito. E acrescentava:
"Porque a Casa da Torre tem 260 léguas pelo Rio de S. Francisco, acima, à mão direita, indo para o Sul; e indo do dito rio para o Norte, chega a 80 léguas. E os herdeiros do Mestre de Campo Antônio Guedes de Brita possuem, desde o Morro dos Chapéus até a nascença do Rio das Velhas, 160 léguas. E nestas terras, parte os donos delas tem currais próprios; e parte são dos que arrendaram sítios delas, pagando por cada sítio, que ordinariamente é de uma légua, cada ano dez mil-réis de foro."
A informação de Antonil coincide com a da Provisão de 3 de dezembro de 1743, em que se fala do pagamento "de dez mil-réis de renda por cada sítio em cada ano" (1) Nota do Autor. A extensão das terras da Casa da Torre e de Antônio Guedes de Brito revela o mesmo fato, que já registramos no Piauí: a formação de verdadeiras donatarias nos sertões, do Nordeste, sem que os títulos de domínio correspondessem à vastidão do latifúndio. Inácio Acioli, na Informação ou Descrição Topográfica e Política do Rio de S. Francisco já nos dissera que, nas suas investigações, pouco havia encontrado, a respeito do domínio dos sertões do S. Francisco. Declarou mesmo: "quanto às sesmarias de particulares, nada achei; e no entanto não se encontrará ao longo desse rio um só palmo de terra, e o mesmo nos seus confluentes, de que alguém não se diga proprietário. Só a Casa da Torre chama-se agora ao domínio de não pequena parte do distrito das três vilas — a da Barra, Campo Largo e Santa Rita do Rio Preto, em cujos lugares têm posse antiquíssima e memorável muitas pessoas.