os verás como cavaleiros, e indo correndo a Loeste do rio que atraz te digo, obra de trinta leguas, verás um Rio que bota obra de duas leguas de esparceis de pedra, e areia, e entrarás de preamar, e de trez quartos de agua cheia, por trez braças, e duas e logo dentro muito alto pera boa conhecença da banda do Loeste verás huns morros muito altos e mato nenhum, e da banda do Loeste verás tudo mangues pelo rio acima, advirto-te que é terra de muitos Tapuias, e contrarios, que logo os verás andar na praia, e da banda do Loeste umas ilhas que botam ao mar legua e meia, e não ha canaes, e se quizeres fazer tua agoada, a podes fazer da banda de Loeste, nos moxos, que te digo, e este se chama o Rio do Pará."
Nota IV
O SUMIDOURO DO SÃO FRANCISCO
Jaboatão o descreve assim: — "Desta primeira cachoeira (Porto do Jacaré) até a segunda que chamam de Paulo Afonso, corre o rio por distância de algumas 30 léguas; é no meio desta o celebrado sumidouro. Deu motivo a este engano a pouca indagação dos que primeiro o descobriram; porque vendo o rio nas suas enchentes fazer na entrada deste lugar um como remanso, ou lago e esconder-se logo por entre serranias, que lhe ficam adiante, e não aparecem as suas águas senão de aí a 12 léguas, entenderam corria todo por debaixo da terra. Mas é certo, como se vê agora pelos que se chegam mais ao perto de suas margens, corre todo por um estreito ou canal, que entre as serranias de uma e outra parte se forma. É sem dúvida, afirmam os que melhor discorrem, não ser possível caminharem todas as águas do rio por este estreito canal, e que é provável que por debaixo