Esse é ainda o nome com que o rio aparece, num dos mapas apensos ao Livro que dá Razão do Estado do Brasil. Já em 1616 saía do Maranhão um contingente militar, sob o comando do Sargento-mor Baltazar Álvares Pestana, que ia solicitar munições de guerra em Pernambuco, aonde chegou, com a sua pequena tropa de 20 soldados e cem índios, cinco meses depois, mercê de trabalhos contínuos e ásperos.
A viagem por terra tinha o merecimento de ser mais regular, independente do capricho e da escassez das monções, que o provedor da fazenda no Estado do Maranhão, Jácome Raimundo de Noronha, declarava que apareciam uma só vez, em janeiro, para o rumo do Ceará. (1) Nota do Autor. Daí a insistência com que se repete o percurso por terra, não obstante a distância e os perigos de uma costa, muito frequentada pelo gentio de corso. Em 1656, recebendo no Maranhão notícia de que fora nomeado para o governo de Pernambuco, André Vidal de Negreiros organizava expedição e chegava a Olinda, pelo caminho do litoral. 30 anos antes o custódio dos capuchinhos do Maranhão, Frei Cristóvão de Lisboa, viajara da mesma forma para o Ceará, e tivera que enfrentar o gentio, assegurando a sua própria vida à custa de valor militar, que também não faltou a outros sacerdotes, que iam na caravana.
A missão da Serra de Ibiapaba exigia visitas, mais próximas do lado do Maranhão, num itinerário que teve certa vez, por volta de 1660, a glória de servir ao Padre Antônio Vieira. O missionário narrou mais tarde esses dias ásperos de viagem, sob inclemente soalheira, pela aridez das dunas, longe das árvores e esperando mesmo, para alimento das fogueiras, a madeira que as próprias ondas trouxessem às praias desabrigadas.