pouco depois realizava façanhas de sertanista, nessas regiões do norte, não obstante a função eclesiástica. Era também paulista, esse Padre Antônio Rapôso. Por ordem régia, subiu o Tocantins em busca de bandeira de Sebastião Pais de Barros, que o gentio acometera e destroçara, matando-lhe o chefe e dispersando os outros pelo sertão do norte. Conserva-se dessa tropa o nome de Pascoal Pais de Araújo, a quem se atribuiu também a chefia da expedição, e Manuel Pedroso, que por esse tempo aparece, em documento do Maranhão, como remanescente de uma entrada que seria provavelmente a de Pais de Barros. (1) Nota do Autor
O Padre Antônio Rapôso saíra do Pará em 16 de dezembro de 1674, com 35 homens brancos e mais de 300 índios, em 14 canoas, subindo o curso do Tocantins. Consumiu cinco meses e quatro dias na expedição, regressando ao Pará a 20 de maio de 1675. Esteve no lugar em que haviam ficado os bandeirantes paulistas, a dez graus e meio da banda do sul, quer dizer abaixo da ponta meridional extrema do Piauí. Souberam aí os expedicionários que a bandeira de Sebastião Pais de Barros havia sido destroçada pelos índios bilreiros e aroaquins. Era avaliada a sua força em 200 brancos, 200 mestiços e 400 arcos.
Pouco depois, a descoberta de um caminho entre o Maranhão e a Bahia, vinha concorrer para o domínio integral da região. Destacam-se para essa conquista os esforços de João Velho do Vale, que Gomes Freire de Andrade enviara à frente de uma tropa de índios.
Tudo isso revela e comprova que a descoberta do Piauí é antiga, tanto na zona litorânea, como no interior, No litoral é possível presumir que seja anterior a 1514, data da carta de Estêvão Fróis, que não somente confessa viagens no rumo do norte, como adianta que a elas não