O devassamento do Piauí

eram estranhos os navegadores portugueses. A expedição das caravelas "Rosa" e "Princesa", em 1531, sob o comando de Diogo Leite, é incontestada. Há também as viagens de Aires da Cunha e dos filhos de João de Barros, sendo que estes últimos proclamaram haver subido alguns rios, entre os quais poderia ter figurado o Parnaíba. Em 1587, Gabriel Soares reunia, a respeito desse rio, algumas informações. E com maior amplitude e notoriedade registram-se, quase um século depois, duas expedições mandadas do Maranhão, entre 1676 e 1679, nos governos de Pedro César de Meneses e Inácio Coelho, e que subiram demoradamente o curso do Parnaíba.

Pelo interior, é de presumir que houvessem alcançado, ou conhecido, o Piauí, as entradas que se fizeram pelo Tocantins, partindo do Pará, como as dos padres Francisco Veloso e Manuel Nunes. Em 1670 movimentam-se esses sertões, com entradas e expedições repetidas, que se sucedem quase sem intervalo. Basta referir a bandeira de Sebastião Pais de Barros, em 1672, e a expedição do Padre Antônio Raposo, em 1674. De 1677 a 1701, conta-se o período da atividade de Francisco Dias de Siqueira, de conhecida eficiência para a sujeição do gentio.

A imprecisão dos fatos e a convicção de maior antiguidade para o descobrimento, atribuem mais vivo interesse histórico ao estudo da conquista e do aproveitamento desse território, no esforço obscuro e contínuo da colonização. "Os verdadeiros descobridores — escreveu com muito acerto o lúcido Abdias Neves — os que não se limitaram a ver, foram os que vieram, viram e ficaram, povoaram a terra e estabeleceram culturas, tiveram o sentimento de a elegerem para domicílio e trouxeram os seus rebanhos".

A prova da importância do devassamento do território, temo-la nos nomes geográficos, que afinal vieram a prevalecer na corografia piauiense. Para o batismo da

O devassamento do Piauí - Página 25 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra