Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

Sul, situados simetricamente a estes na outra extremidade da ilha de Santa Catarina.

Já estamos no vasto canal que separa esta ilha do continente. De ambos os lados a costa é sinuosa, pedregosa, montanhosa e somente, de espaço a espaço, arborizada. Aqui e ali, à beira-mar, no meio da verdura, deparam-se algumas pequenas casas brancas, certamente habitação de pescadores.

Enquanto a entrada do canal, que já passamos, se vai aparentemente estreitando, por efeito da distância, está-me a lembrar, como a paisagem mais análoga à que estou vendo — e o céu, agora acinzentado, concorre para esta aproximação — o lago de Killarney na Irlanda. É lindo; é uma vasta superfície de água, cercada de montanhas de graciosos contornos. Mas tudo isto parece muito modesto para quem acabou de dizer adeus às formas fantásticas dos cumes que circundam a baía do Rio de Janeiro; até as árvores parecem muito pequenas em comparação aos esplendores da vegetação tropical.

Paramos para tomar piloto diante do forte desmantelado de Santa Cruz, situado em um ilhote chamado Anhatomirim, separado do continente por um braço de mar de uns 600 metros de largura.

Assim que vi preparar-se o nosso escaler para ir com este fim à terra, o meu primeiro pensamento, como era natural, foi perguntar que notícias havia do Sul, onde ferve a luta contra os paraguaios. Infelizmente a resposta não correspondeu aos meus desejos.

— "Não sabem nada, porque há dez dias que não têm comunicado com a cidade." (É de notar que a cidade estava já à vista do outro lado do canal).

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