Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

sustentado, como o grande hospital do Rio, por uma Santa Casa de Misericórdia, isto é, com donativos de particulares, administrados por uma Irmandade.

Ainda o escaler que foi a terra não voltou com notícias, quando chega o vice-presidente da província, que está exercendo as funções de presidente, e as outras autoridades do costume. Informam-me que as últimas notícias do Sul são as que trouxe o São Paulo, que saiu do Rio Grande a 31 e de Porto Alegre a 29; mas até este dia nada se sabia de novo do teatro das hostilidades. O São Paulo transporta para Porto Alegre dous batalhões de voluntários: um do Piauí, o outro do Paraná e da província de Santa Catarina, que é o 25º dos Voluntários da Pátria.

Fica assente com as autoridades que sem demora nos mandarão dar carvão e água, de sorte que possamos partir às 10 horas da noite; e resolvo aproveitar o resto do dia para visitar a cidade e as tropas, que nela se encontram neste momento. O Desterro é com efeito, atualmente, um depósito onde os vapores, que, em razão de demandarem muita água, não podem entrar no Rio Grande, como, por exemplo, o Oiapoc, deixam os contingentes do Norte, sendo estes depois transportados para Porto Alegre em vapores menores.

O serviço do comandante militar da província de Santa Catarina consiste em receber as tropas à proporção que vão chegando do Norte, aquartelá-las no Desterro conforme pode, fazê-las seguir para o Sul logo que se oferece vapor que as possa levar. Raras vezes sucede, segundo me informam, que um batalhão tenha de esperar no Desterro mais de dous dias.

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