Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

da face da terra; não escapou nenhum"! Mas bem se sabe o que de tais notícias se deve pensar, porque se recebem no Rio Grande comunicações oficiais de Montevidéu, que não mencionam o mais pequeno combate.

3. — Temos de separar-nos finalmente da amável e hospitaleira família Ribas. Às 11 horas da manhã embarcamos no Apa em companhia do barão de Piratinim, que vem ao Rio Grande cumprimentar ainda o imperador antes da sua partida. A navegação do rio São Gonçalo não deixa de ter encantos: as margens são inteiramente planas, é certo; porém são verdes e apresentam belos trechos arborizados; sopra entretanto um vento tão frio, que me vejo obrigado a ir refugiar-me no meu camarote. O curso do rio é sinuoso, mesmo neste trecho inferior. A sua foz na lagoa dos Patos acha-se, por assim dizer, fechada por um vasto banco de areia que não permite passagem senão a embarcações de pequeno calado; mas asseguram-me que não seria difícil abrir através deste banco um canal fundo. Feito isso, que admirável porto ofereceria o rio! Que nova superioridade adquiriria Pelotas sobre o Rio Grande, cujo porto se acha aberto a todos os ventos e é de acesso difícil, para não dizer perigoso!

Transposta a barra, encontramo-nos na imensidade da lagoa dos Patos e somente avistamos a terra como uma fita negra no horizonte.

Logo depois descobre-se São José do Norte, meio enterrado nas suas areias, muito junto das quais vamos passar. Antes de nos aproximarmos do Rio Grande temos ainda de percorrer o interminável circuito marcado pelas boias. Surgem afinal em nossa frente os cais da cidade e a sua floresta de

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