EU, 13 de Julho de 1914
Sr. Max Fleiuss
Sinto não ter podido mais cedo responder às suas amáveis cartas e agradecer os afetuosos votos que se serviu dirigir-me por ocasião do meu aniversário natalício.
Quanto à informação sobre minha campanha do Paraguai haver uma tese que se destinasse ao Congresso de História do Brasil convocado para Setembro próximo, não teria podido neste curto espaço de tempo fornecer-lhe esclarecimentos mais desenvolvidos de que os que indiquei a meu filho Luiz e este enunciou na sua festejada obra "Sob o Cruzeiro do Sul".
Embora possua muitas cartas dos valentes generais que comigo dedicadamente colaboraram e mesmo do ilustre Visconde do Rio Branco a quem eu tanto apreciava e que também muito me auxiliou, fora do campo de batalha, não me seria possível atualmente coordenar essas correspondências. Talvez algum dia o faça. Por ora só poderia, quando muito, responder brevemente a algum questionário que se me enviasse.
Mas nem sequer recebi a obra, devida, creio, a autoridade paraguaia de que o Sr. há tempo se serviu falar-me.
Agradeço-lhe muito a remessa dos números do Jornal do Commercio, contendo o brilhante programa do próximo Congresso de História, outro magnífico e muito instrutivo trabalho sobre os Chefes de Estado que se sucederam no Brasil, publicado por ocasião da inauguração dos respectivos retratos no Instituto Histórico e Geográfico; e o 3° as tão judiciosas observações do saudoso Imperador à obra do Conselheiro Tito Franco de Almeida. Já tinha tido conhecimento dessas notas e sabia, aliás, que o prestimoso Conselheiro Tito reconhecera, em parte, os erros de seu trabalho, inspirado pelas divergências políticas da época.
Queira, Sr. Fleiuss, continuar a dar-me notícias suas, e receber muito afetuosas e saudosas lembranças. — Gastão d'Orléans - Conde d'Eu.
— No tomo 77, parte 1ª, da Revista do Instituto Histórico, fiz inserir as observações de dom Pedro Segundo, por este escritas,