em soluços! Nem por um momento porém desejei uma menor felicidade para minha pátria, mas o golpe foi duro.
À noite fomos descansar, algumas pessoas tiveram licença de sair para os arranjos necessários.
O Lassance tinha de ir falar com Gaston, e depois de uma hora da noite bateu à porta. Pensando que só era ele e não imaginando dever partir tão cedo, nem esperando por mais essa picardia, deitei-me de novo, quando Gaston voltou a dizer-me de levantar-me que o Mallet e o Simeão estavam aí pedindo da parte do Governo Provisório que Papai partisse antes do dia, o povo parecendo querer fazer alguma manifestação, e os rapazes das Escolas já com metralhadoras para atirarem sobre quem quisesse resistir. Acordei então Papai e Mamãe e com eles, Pedro Augusto, Josefina, o Aljezur, Tamandaré e Motta Maia embarcamo-nos dizendo-se que íamos para o Alagoas.
Despediram-se de nós no Cais Pharoux, Miranda Reis, Penha, Marianinha, Pandiá e senhora.
Papai quis saber do motivo que fazia precipitar sua partida, declarando que só consentia nisso para evitar conflito inútil.
Ao embarcar-nos disse eu ao Mallet que se eles tivessem qualquer lealdade não deixariam de declarar isto: o mesmo já Papai dissera antes e tornou a repeti-lo e chegando ao cais depois de algumas palavras trocadas, disse: Os senhores são uns doidos. Foi a única frase um pouco dura, mas bem merecida, que Papai lhes disse.
Ao pôr o pé no vapor foi que soubemos que em vez de Alagoas levavam-nos para o Parnaíba.
Em tudo notamos receio e atrapalhação."
(Notas da Princea Isabel, condessa d'Eu, redigidas a bordo do "Alagoas" e depois em Canes.)
Cópia do documento nº 9.337, Masso CCVIII, Suplemento ao catálogo A, existente no Arquivo do Castelo d'Eu.