Viagem Militar ao Rio Grande do Sul

declarou-lhe considerar-se irrevocável Presidente da República. Chocou-me o modo de camaradaria que ele contou ter usado com os tais...

No dia 16 de manhã ainda entravam e saíam pessoas do Palácio, mas os guardas aumentam, e não havia mais meio que se reunissem grupos à roda do Paço. Constantemente ouviam-se correrias de cavalaria em torno para espalhar a gente. Pelas dez horas já ninguém podia penetrar, nem mesmo senhoras.

Vimos, por vezes, ainda que pouco chegássemos às janelas, alguns conhecidos que, de longe nos cumprimentavam. Que horrível dia! Meu Deus!

Vários alvitres foram levantados. Ninguem sossegava.

Às duas horas finalmente chegou a tal comissão do Governo Provisório que anunciavam desde a véspera, com uma mensagem a Papai, exigindo sua retirada para fora do país.

Compunha-se do Major Solon e outros oficiais subalternos. Por sua atitude respeitosa pareciam ir cumprir uma mensagem ordinária. O Major Solon mostrava-se tão perturbado que, ao entregar o papel a Papai deu-lhe o tratamento de V. Exª., V. A. e finalmente V. M. Entregando-o a Papai, o Major Solon disse: "Venho da parte do Governo Provisório entregar mui respeitosamente a V. M. esta mensagem".

— Não tem V. M. uma resposta a dar? disse ele.

— Por ora não, respondeu Papai.

— Então posso retirar-me? disse Solon.

— Sim, respondeu Papai.

Só às pessoas que se achavam no Paço Papai declarou que se retirava, e que se não fosse pelo país, para ele pessoalmente era um despachamento.

Papai sempre calmo e digno.

Dizer o que se passou em nossos corações, não é possível!

A ideia de deixar os amigos, o país, tanta cousa que amo, e que me lembra mil felicidades de que gozei, fez-me romper

Viagem Militar ao Rio Grande do Sul - Página 263 - Thumb Visualização
Formato
Texto