e botânica, desvaneceram-lhe, na imaginação infantil, as tendências germânicas de sua raça. Esse neto de Francisco II fez-se um latino na sua política, na sua leitura e na sua palavra. Continuou alemão nas íntimas fibras do temperamento glacial. O homem sem amor e o príncipe sem impaciências revelavam o intelectual intoxicado de letras clássicas, de ciência dispersa e textos escolares. O cético marquês, seu tutor, ensinara-lhe a veneração da Enciclopédia. O carmelita, seu aio, desembrulhara-lhe o espírito das complicações emocionais de sua instrução religiosa, para aí plantar um racionalismo com a sua abstração: o culto do dever. Diziam-lhe que o papel de rei era executar a Constituição sem comprometer a autoridade irresponsável. Tal o programa da rainha Vitória. Lá e aqui, um parlamentarismo verboso girava em torno do seu monarca adolescente. Tinha ela por si a "opinião" – plurissecular. E ele? Procurando partidos, encontrava os chefes, as pessoas que recebiam a "influência" do trono e a retransmitiam às províncias; atrás das eleições, o governo; em vez do povo, os poderes, que o dirigiam; substituindo os "imponderáveis", que fazem a atmosfera dos Estados, a ação visível duma elite pequena; e esta, atenta à sua precocidade de moço sensato... Isabel teria o êxito de Vitória? Toleraria o Brasil uma jovem imperatriz, que tivesse ao alcance da mão de jaspe as molas da máquina política - e o destino da nação?
D. Pedro II foi um severo professor das filhas.
Fora-lhe fácil mergulhá-las em literatura antiga, à semelhança dos seus próprios estudos, quando o vigiava o olhar fatigante de frei Pedro de Santa Mariana. Mas não queria somente familiarizar as meninas com os autores helênicos. Preocupava-se em afeiçoar-lhes