Vida de D.Pedro I, o rei cavaleiro

a cortar as relações de todo gênero com a Inglaterra, em 12 de agosto. Strangford recebeu os passaportes. D. João, de medo a que o exército francês se lhe metesse em casa, aceitava a exigência, mandava o marquês de Marialva, em marchas forçadas, a Paris, levando propostas de apaziguamento, despedia o ministro inglês, preparava os manifestos de hostilidade aos ingleses domiciliados, que desarmariam a cólera imperial. Entretanto o calmo Strangford, com os passaportes na algibeira, refrescava a bordo de uma fragata fundeada no Tejo, e todas as noites, embuçado, como um conspirador, corria ao palácio, onde aconselhava o príncipe. Toda gente chegou a crer que Portugal combateria a Inglaterra - com as oito naus que lhe restavam, das armadas que avassalaram os mares, e os tristes regimentos que mofavam nas casernas. D. João adiantara-se aos atos de solene adesão à política francesa: ordenara que se concentrassem no litoral as forças do reino, desamparando as fronteiras continentais, pois o inimigo... estava no oceano. Mas não havia mistério, pois já dissera em Amiens Lord Hawkesbuy: Se os franceses invadissem Portugal na Europa, a Inglaterra invadiria os estados ultramarinos de Portugal(2) Nota do Autor. Strangford, silencioso, pasmava durante o dia, e, pela calada da noite, de capa de cabeção, voava ao Paço...

O príncipe da Beira, que não completara nove anos, era lembrado pelas intrigas. Levara Marialva ao imperador,

Vida de D.Pedro I, o rei cavaleiro - Página 26 - Thumb Visualização
Formato
Texto