Sempre franco e fiel aos meus juramentos, e obedecendo á voz da minha consciencia, vou participar-vos que, tendo ontem cumprido o dever de filho da Igreja Catolica e de pai de família, julgo também do meu dever participar-vos que o mesmo estado de molestia, que ontem me ditou aquelas resoluções, me inhibe de tomar conhecimento dos negocios publicos, em cujas circumstancias vos peço queirais prover de remédio. Eu faço os mais ardentes votos ao Céu pela felicidade pública. Palácio de Queluz, em 18 de setembro de 1834. Pedro, Regente."
Coube a Saldanha relatar o caso, propondo se decretasse desde já a maioridade da rainha de Portugal. Mello Breyner leva a D. Pedro a notícia dessa decisão, adotada por unanimidade numa, contra seis votos apenas na outra casa do parlamento. Encontra-o rodeado de sua pequena família. D. Maria II ouve-o num silêncio sucumbido. Aconselha-lhe, com esforço, a voz sumida, clemência, magnanimidade, justiça. E diz a D. Amélia, que abaixa a cabeça para ocultar o pranto: "Querida Amélia, quando o meu coração fôr arrancado do meu peito, mandai-o á cidade do Porto, eu lho lego como um penhor eterno da minha gratidão aos seus filhos"...
A 20 de setembro recebeu os sacramentos. D. Maria II prestou em S. Bento, às quatro horas, o seu juramento de soberana. O primeiro ato que assinou foi a concessão da grã-cruz da Torre e Espada a seu pai. Levou-lha a Queluz. Com as mãos resolutas, a pequenina