esgalhada para o montante, caule portentoso na seção intermédia, e as raízes incontáveis, de bancos e baixios, de ilhas e arquipélagos, cravando o rizoma no mar. Cada galho, cada ramo, cada folha, cada nó aquoso da fronde flúvia e maravilhosa espicha-se num estirão, alastra-se numa baía, encurva-se numa enseada, isola-se num sacado. Cenário que não traduz a realidade física para quem investe do oceano, levanta uma dúvida: são terras que se dissolvem e afundam ou águas que se rasam e fogem? As coroas, as restingas, as praias, as ilhas, os furos, os canais, as angras, as baías, os desaguadouros afloram e desenham-se tumultuariamente, acolchetando-se aqui, divorciando-se ali, insulando-se além, na elaboração dinâmica do terreno que levanta o colo. Mesmo no interior, nas mesopotâmias interferidas por sinuosas artérias doces, o aspecto confuso é o mesmo: aqui, pauis, igapós, charcos escuros mosqueando os terrenos úmidos; ali, igarapés, córregos, lagos, lagoas, discos e frisos líquidos abertos para o céu, intercalando-se nas rechãs mal definidas. A topografia nova e virgem pede, pois, pela feição inconstante dos contornos telúricos e das faixas fluviais, não uma carta geográfica, mas um palimpsesto capaz de assinalar as mutações de ontem, de hoje e de amanhã, semelhante a essa clepsidra faustosa da Amazônia, relógio