no hemiciclo das Repúblicas vizinhas, a derrocada é maior. As cordilheiras andinas projetam-se na planície equatorial roídas pelas intempéries. Seus picos, suas agulhas, seus dentes, seus espigões, couraçados de gelo, murados de platós, amparados na puñas reduzem-se, desfiguram-se, abaixam-se solapados, gretados, fendidos. As forças hídricas e eólicas, no turbilhão furioso das tempestades, dos álgidos vendavais, dos ciclones devastadores, conjugadas aos fios cortantes dos manadeiros potâmicos, arrastam avalanches, rolam fraguedos, esfarelam granitos, trituram rochas e transmudam, enfim, já no moinho das caudais, a pedra em detrito, o detrito em terra, a terra em sedimento. E as grandes montanhas, recobertas de neve, insensivelmente se abatem. O habitat do condor e da lhama, da vicunha e da chinchila, desce para o habitat do gavião e da anta, do jacaré e da paca. Terraplena-se o continente. A fria rarefação do ar das cumiadas, origem do mal das alturas, aquece, substituída pela densidade atmosférica das baixadas, fonte do calor e da vida. O fenômeno migratório é, em suma, o relevante e grande sinal da Amazônia. A mobilidade contamina tudo: as florestas e os indivíduos, os animais e as habitações, os líquidos e os sólidos. Os vegetais são vagabundos, os povos nômades, os peixes incertos, as casas instáveis, as