cuba amazônica, em tempos pré-históricos, estendia-se oceano afora, tanto que os rios do nordeste até a Paraíba, hoje desaguando no Atlântico, lhe escorriam para dentro. Os cômoros e as dunas rasas da costa bragantina, os charcos e os mangais das margens guianenses, indicam o rebaixamento. A terra naufraga por ali, talvez num equilíbrio geogênico e imperceptível com os Andes, sublevados anteriormente da face mergulhada no Pacífico. Entretanto, num contraste significativo e visível, como há pouco notamos, no ocidente marajoara rasam-se os canais, ganglionam-se os furos, secam as baías no esforço silencioso e titânico duma barragem ciclópica, solda que vai ligar o berço insular dos nheengaíbas à borda meridional do vale, transformando assim a ilha formidável em formidável península. O delta que os geógrafos alarmados procuram sem encontrar na foz do Amazonas, e que descortinam idealmente na América do Norte, na Geórgia e nas Carolinas, levado em flutuação na corrente equatorial primeiro, e depois na corrente pelágica do Gulf-stream, está ali, na borda recôncava do estuário, aterrando a larga artéria que contorna o sul de Marajó e é hoje recebida pelo Tocantins na altura do Joroca. Com o arquipélago surgido nesse braço morto do Amazonas, deixando passar atualmente apenas filetes d'água,