verdes. Verde o tapete, verde as cortinas, verde as umbelas, verde as guirlandas, verde a paisagem. Debaixo desse toldo de esmeraldas, devorando-se na luta pela vida, — a fauna mais díspar e heterogênea, cuja multiplicidade de espécimens vai da onça feroz à rola pacífica, da sucuriju enorme à cascavel de três palmos, da anta musculosa ao jacamim ventríloquo; dos patos, dos jacus, dos mutuns, das saracuras aos jabotis, aos morcegos, aos tamanduás, aos ratos; das araras aos periquitos, dos japiins aos batráquios, dos uirapurus às formigas, dos tucanos aos bem-te-vis. Frutos e tubérculos pobres de sal, os desses lugares forçam os animais a procurarem o cloreto de sódio no solo. Acham-no. Abrem então enormes covas na superfície da terra, escavadas a garras, a bicos, a patas, a unhas, a focinhos e abarrotam-se da matéria cristalizada e apetecida. São os barreiros, onde os bichos todos, desde os voláteis aos quadrúpedes, vão comer cantando, grasnando, uivando, fungando, chiando, numa confraternização que reflete a abundância daquele alimento mineral. A ferida aberta no chão pardo-vermelho, granulado de tanto bico e de tanta garra que o revolvem, recorda a unhada dum gigante, onde se encontrassem aves e pássaros de penas verdes, amarelas, azuis, cinzentas, pretas, a contrastarem com o fulvo-malhado