para dentro dessas ilhas suspensas na flor da corrente, a ver se descobrem, no intricado labirinto das raízes, os peixinhos, os insetos, as células que se escondem sob os talos de capim. Às vezes, para amortecer a vaga, o tapuio mete a canoa em que marisca nesses tapetes errantes e vai, ao sabor da monção, filosoficamente, perscrutando os sítios daquela derrota imprevista para ele. Nalgumas lagoas mais quietas, paradas e negras, fora da ação das quadraturas e das sizígias, repontam no esmalte verde dos charões vegetais, debruados de tinta ferrugenta, as folhas numerosas da vitória-régia. Marchetam a superfície. De clorofila carregada, quase glauca, com pedúnculos exteriores e floridos, que se erguem do fundo palustre acima das bordas, essa ninfeia de tamanho de pratos e de tamanho de tachos é, ainda, tutelarmente, o agasalho dos ofídios, dos quelônios, dos puraquês, dos hidrosáurios, que debaixo dela se abrigam. E enquanto no seio do levante da esplanada, não obstante o trabalho construtivo da natureza, tudo é calma e remanso, lembrando um quadro morto, na curva do ocidente da planície, nas rampas alpestres, nas angusturas andinas, hemiciclo das montanhas que se desmantelam e se desagregam, tudo é vertigem, turbilhão, faísca, relâmpago. Nos corredores de tabatinga, nas gargantas