parte na luta, por um ou por outro lado? Propunham, em consequência, retirar do Legislativo sua função privativa de apurar o voto para a presidência. Nem mais, nem menos, era a revolução. Como poderia o Brasil tolerar tal medida? O único caminho a observar e seguir era obedecer à Constituição que dá tal competência ao Congresso. Assim foi feito, e pôde então ser verificado que a maioria do país havia de fato dado ao presidente de Minas ganho de causa.
Outra tentativa foi ensaiada para convencer o Supremo Tribunal de que devia reconhecer como vice-presidente eleito o candidato oposicionista Seabra, sob o pretexto de que o candidato que figurava na mesma chapa com Bernardes havia falecido após o pleito, deixando vago o lugar para ser preenchido com o nome que vinha nas listas imediatamente após. Era um absurdo, mas constituiu nova campanha partidária, que terminou pela recusa do Supremo Tribunal de aceder a doutrina tão esdrúxula.
227. A conspiração. — Mesmo então, os cabeças da oposição ao presidente eleito declararam definitivamente que não aceitavam nem acatariam a situação legal das coisas. Equivalia tal declaração a proclamar a atitude revolucionária de seu partido: de fato, renovada e muito mais intensa, se iniciou uma situação insurrecional.
A Norte e a Sul, nas guarnições fervia o ambiente, onde quer se achassem oficiais insubordinados. Todo pretexto era achado ou era inventado para motivar atritos. Em um Estado do Norte, no Maranhão, durante algumas horas o governador local foi deposto por um grupo de soldados chefiados por oficiais do batalhão da capital. Em Pernambuco havia surgido um conflito muito agudo acerca da escolha do novo presidente do Estado, apesar de todos os esforços desenvolvidos pelo presidente Epitácio para evitar o dissídio e pacificar ambos os grupos contendores. Apesar dessa atitude conciliatória e de neutralidade, a ação do Governo Federal estava sendo injustamente comentada e censurada, a fim de a apresentar ao público como intervenção indevida e inconstitucional em negócios privativos do Estado, quando realmente nada