História do Brasil T4 - O Império, 1947

boêmia byroniana de sua escola. O "alemanismo liberal", trazido por Julio Franck, não se cingiu aos segredos da "maçonaria acadêmica"(1) Nota do Autor. Germinou em estética, poesia, atitude. A outra corrente filia-se José de Alencar, na transição do indianismo arbitrário (O Guarani, Ubirajara, Iracema, anagrama de América) para o romance amável, em que se destacam as mulheres na sua moldura de sociedade elegante.

Alencar concorre para a diferenciação, que se reflete na língua: é ardentemente brasileiro. Não podia compreender Magalhães, com os tamoios, porque os cantara à "moda velha". Desdenhou o "purismo". O tormento gramatical viria em seguida, para repor nos seus lugares os pronomes. Abre-se com Alencar a luta entre a sintaxe e os clássicos. Em 1870 dominou ele; os clássicos ganharam a partida duas décadas mais tarde, com a reação dos eruditos, dos consultores da "forma correta"(2) Nota do Autor, de Machado de Assis, Ruy Barbosa, dos legisladores, que tinham o dever de vernaculizar os códigos. Circunstância relevante: distanciando-se as letras brasileiras da gramática rígida, crescia o número dos gramáticos, sobrepujando os de Portugal... Heraclito Graça, Martiniano Mendes Pereira, Sotero dos Reis, Felipe Franco de Sá, Júlio Ribeiro, Antonio Henriques Leal, Guilherme Bellegarde, Macedo Soares, Silva Tullio, Carneiro Ribeiro, estadeiam essa vernaculidade, a par dos mestres célebres da língua portuguesa.

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