possível graças a uma mobilidade - essencialmente geográfica - bastante acentuada da sociedade brasileira. Sem dúvida, as regiões que mais se beneficiam dessa mobilidade são as que conhecem o maior desenvolvimento econômico, pois as migrações internas são ditadas antes de tudo por considerações de salário, de emprego e de nível de vida. É também em direção às regiões onde a cultura do café - produto de base da economia brasileira é feita em larga escala, como São Paulo, que essa massa humana móvel vai deslocar-se(3). Nota do Autor
O impulso demográfico e a concentração da mão de obra nos centros urbanos contribuirão para o aparecimento do fenômeno industrial. Certamente, não se trata, durante esse primeiro quarto do século XX, de uma industrialização tal como é concebida atualmente. Mas sim, de um aumento sensível do número de oficinas, de pequenas fábricas e manufaturas artesanais ligadas a atividades semi-industriais. Cresce o número dessas oficinas, a que as estatísticas oficiais brasileiras chamam com muita pompa de "estabelecimentos industriais". Assim, em 1907, o país conta apenas com 3.258 "estabelecimentos industriais" que empregam 150.041 operários(4). Nota do Autor Em 1920, esse número se eleva a 13.336, com 275.512 pessoas empregadas(5). Nota do Autor
A concentração industrial se fará também no Sul e mais particularmente no Sudeste, nos arredores da cidade de São Paulo. Os desequilíbrios regionais entre um sul rico e desenvolvido e um norte e nordeste pobres e relegados se tornarão mais agudos. Com efeito, o processo de industrialização do país beneficiará antes de tudo à região Sudeste - São Paulo, que é